O sistema urinário
participa da manutenção da homeostase através da eliminação
de restos do metabolismo, de água e outras substâncias pela
urina. O sistema urinário é formado por 2 rins, 2 ureteres,
1 bexiga e 1 uretra.
O rim é um órgão
que apresenta uma porção côncava e outra convexa. Na
porção côncava se situa o hilo, local de entrada e
saída de vasos, nervos e também a partir do qual os cálices
renais formam a pélvis renal. O rim pode ser separado em porção
cortical e porção medular. Na medula observam-se de 10 a
18 pirâmides medulares, as quais apontam para os cálices e
destes para a pélvis renal. Cada pirâmide contém de
400 a 500 raios medulares, os quais penetram no córtex. A unidade
de filtração do rim é o néfron. Cada néfron
é formado pelo corpúsculo de Malpighi, pelos túbulos
contorcidos proximais e distais e pela alça de Henle. O corpúsculo
renal é formado por aglomerado de capilares, conhecido como glomérulo,
envoltos pela cápsula de Bowman, que possui um folheto parietal,
formado por células simples pavimentosas e o folheto visceral formado
por células modificadas, com prolongamentos primários e secundários,
estas células conhecidas como podócitos. Os prolongamentos
dos podócitos envolvem e abraçam os capilares, deixando pequenos
espaços entre os prolongamentos secundários, fechados por
uma membrana, e conhecidos como fendas de filtração. Além
destas fendas de filtração, o filtrado tem de passar pelas
fenestrações dos capilares e através de uma membrana
basal espessa formada pelas células endoteliais e pelos podócitos.
Acredita-se que esta membrana basal de 100 a 300nm de espessura seja a
principal barreira no processo de filtração. Além
das células endoteliais e dos podócitos, a estrutura glomerular
apresenta ainda as células mesângiais. Habitando os espaço
entre as células endoteliais, estas células desempenham importante
papel de manutenção e limpeza da membrana basal. O filtrado
glomerular, após atravessar a barreira de filtração,
passa pelo espaço capsular e segue pelo túbulo contorcido
proximal. Este túbulo é formados por células cúbicas
com borda em escova (microvilosidades), e na porção basal
se observam dobras e interdigitações entre as células
adjacentes. O citoplasma destas células é rico em mitocôndrias,
o que lhes confere características acidófilas. O papel destas
células e destes túbulos está na reabsorção
de íons e outras sustâncias do filtrado. Após passar
pelo túbulo contorcido proximal, o filtrado segue para as alça
de Henle. Formada por uma porção descendente, em sua maior
parte constituída por epitélio simples pavimentoso, e porção
ascendente formada em sua maior parte por epitélio cúbico
simples. As alças de Henle têm o papel fundamental junto aos
ductos coletores na concentração da urina e reabsorção
de água. Após passar pela alça de Henle, o filtrado
segue em direção ao túbulo contorcido distal. Estes
túbulos também formados por epitélio cúbico
simples, entretanto, apresentam microvilos mais curtos e espaçados,
além de um número menor de mitocôndrias, o que torna
o citoplasma destas células menos acidófilos se comparados
as células do túbulo contorcido proximal. O túbulo
contorcido distal se aproxima do corpúsculo de Malpighi do mesmo
néfron, e suas células se modificam, tornando-se cilíndricas,
recebendo o nome de mácula densa. Esta estrutura, em conjunto com
as células justaglomerulares da túnica média da arteríola
aferente, formam o complexo justaglomerular e funcionam na
regulação do balanço hídrico e do equilíbrio
iônico. O filtrado após passar pelo túbulo contorcido
distal, deixa o néfron e deságua nos túbulos ou ductos
coletores, os quais seguem em direção as papilas. Os tubos
coletores inicialmente são revestidos por epitélio cúbico
e a medida que se fundem com outros tubos e se dirigem para as papilas
se espessam e suas células tornam-se cilíndricas. Como já
foi colocado anteriormente, os tubos coletores atuam em conjunto com a
alça de Henle na reabsorção de água.
A bexiga e as vias urinárias
são responsáveis pelo armazenamento e pelo transporte da
urina para o exterior. A mucosa destas vias é formada por epitélio
de transição apoiado sobre uma lâmina basal. As células
mais superficiais do epitélio de transição se caracterizam
por modificações que, quando a bexiga ou o ureter estão
vazios, apresentam o aspecto globoso, quando as vias urinárias estão
cheias,estas células passam a apresentar um aspecto mais achatado.