A CÉLULA
Fundamentos Teóricos
Acredita-se que
todos os organismos que agora vivem na Terra derivaram de uma única
célula primordial nascida há mais de 3 bilhões de
anos atrás. Esta célula, através de sua capacidade
reprodutiva, seguiu caminhos evolutivos que eventualmente, cobriram a Terra
de verde, mudaram a composição de sua atmosfera e a fizeram
lar de vida inteligente. Um importante marco divisório ao longo
dessa via evolutiva ocorreu há cerca de 1.5 bilhões de anos,
quando houve uma transição de pequenas células com
estruturas internas relativamente simples - as células procarióticas,
que incluem vários tipos de bactérias - para células
maiores e muito mais complexas - células eucarióticas - tais
quais as encontradas em animais superiores e vegetais.
As bactérias
são os organismos mais simples encontrados na natureza. Elas são
esféricas ou em forma de bastão e seu tamanho varia de 1
a vários micrômetros ( 10-6 mm).
Normalmente, possuem uma camada protetora, chamada parede celular, abaixo
da qual uma membrana plasmática delimita um citoplasma contendo
DNA, RNA, proteínas e pequenas moléculas. O material
genético das bactérias não apresenta-se envolto por
membrana, como eucariontes. Além disso, os procariontes não
possuem organelas delimitadas por membrana.
A Membrana Plasmática,
é a responsável pela delimitação de cada célula,
mantendo sua individualidade e também permitindo a comunicação
com células vizinhas, característica importante na manutenção
e funcionamento dos diversos sistemas e tecidos dos animais e vegetais
superiores. É formada principalmente por fosfolipídios
anfipáticos e proteínas.
As células
eucarióticas, ao contrário das procarióticas, apresentam
um núcleo ( caryon em Grego), onde encontra-se a maior parte
de seu material genético (DNA e RNA). Essa organela é envolta
por uma dupla camada de membrana que contém poros (complexo do poro)
que permitem a comunicação seletiva entre o interior do núcleo
e o citoplasma que o envolve.
O citoplasma
(ou citosol) é o local onde ocorrem a maioria dos processos metabólicos
celulares. No citoplasma de seres eucariontes podem ser encontradas diversas
organelas, cada qual realizando funções específicas
e contando, para isso, com diferentes composições químicas
e baterias enzimáticas.
A mitocôndria
e o cloroplasto são organelas delimitadas por duas unidades de membrana.
A mitocôndria pode ser encontrada na grande maioria das células
eucarióticas, e é responsável pela oxidação
de pequenas moléculas e subsequente produção de energia
na forma de ATP. Já o cloroplasto só é encontrado
em seres eucariontes capazes de realizar fotossíntese, isto é,
não é encontrado em animais ou fungos.
O citoplasma
das células eucarióticas ainda possui um complexo sistema
de membranas, que vão formar diversas outras organelas. O retículo
endoplasmático, por exemplo, é um compartimento delimitado
por membrana onde ocorrem a síntese de proteínas e lipídios.
O Retículo Endoplasmático Rugoso (RER) apresenta-se como
um conjunto de vesículas achatadas com ribossomos em sua superfície,
responsáveis pela síntese proteica. O Retículo
Endoplasmático Liso (REL), é predominantemente tubular e
não apresenta ribossomos. Está envolvido na síntese
e metabolismo de lipídios. O Complexo de Golgi ou Aparelho de Golgi,
é formado por um sistema de vesículas empilhadas, que
participam da glicosilação de proteínas e direcionamento
dos constituíntes celulares para seus lugares apropriados.
As membranas
envolvem ainda organelas tais como os Lisossomos, responsáveis pela
digestão intracelular, separando seu conteúdo enzimático
do resto do citoplasma. Outras organelas como os Peroxissomos e Glioxissomos,
responsáveis pelo metabolismo do peróxido de hidrôgenio
também têm seu conteúdo separado do citoplasma pelas
membranas intracelulares. As membranas apresentam características
específicas dependendo de que tipo de organela irão delimitar.
Elas podem ainda formar pequenas vesículas e enormes vacúolos,
como por exemplo, encontrado nas células vegetais.
As células vegetais apresentam
uma espessa Parede Celular envolvendo a membrana plasmática. A parede
celular vegetal é composta por celulose e polissacarídeos
e é completamente diferente da parede celular das bactérias.
Para constituir
um organismo tão complexo quanto o nosso, com sistemas e órgãos
completamente diferentes, as células seguiram o caminho da diferenciação,
ou seja, tiveram de se adaptar a funções variadas. Por exemplo,
a membrana plasmática do epitélio renal apresenta características
completamente diferentes da membrana plasmática das células
do sistema nervoso. Não só a membrana plasmática,
mas todas as organelas funcionam de forma diferente dependendo de que célula
e em que tecido se encontram.
